Pesquisa- “ A Leitura em Família”

Junho 16, 2008 benjamimana

Ao terminar a aula na sexta-feira, dia 16 de maio, as 17; 30 horas, uma equipe do curso de Biblioteconomia saiu a caminho de realizar um trabalho da disciplina Teoria e Prática da Leitura, onde os mesmos fariam uma entrevista a uma família sobre “o hábito da leitura”, só que o grupo resolveu entrevistar duas famílias, para mostrar como essas anônimas heroínas lutou e lutam por seus objetivos de mãe em condições tão diferente. Nada melhor do que registrar um pouco da vida delas em um pedaço de papel com a saudade dos minutos rápidos de dedicação para organizar todas as tarefas que elas tinham ou têm pela frente. Neste trabalho vamos conhecer, como viveu a mãe de família humilde de classe média simples, que nasceu, cresceu, estudou, casou e criou seus filhos no interior na década 30 e a mãe também de classe média que nasceu, cresceu, estudou, casou e continua vivendo na cidade grande. Vamos saber o que as duas tem em comum nos desafios com a Educação dos seus filhos e quais os problemas inerentes à época passada e à época atual.

Primeira Entrevista

Entrevistada: D. Alacoque Bezerra

Iniciamos a nossa entrevista com a Sra. Alacoque Bezerra, nascida no dia 13 de março de 1939, no sítio Torrões de São José de Mangabeira, Esse lugarejo tem um apelido de (São José de Mãe Veia) município de Lavras da Mangabeira-Ce. Casou com 16 anos, e logo foi morar na cidade de Igüatú, pois seu marido tinha um comércio, lá ela criou os seus 7 (sete) filhos.

1- Perguntamos para a D. Alacoque se a mesma gostava de ler e qual foi o seu primeiro livro de leitura.

R – Ela nos respondeu que sim, gostava de ler muito e que a leitura para ela, é muito importante em todos os momentos, e que não passa um dia sem ler e sem rezar, a leitura para ela é como se fosse “Um alimento”. Quanto aos seus estudos; só cursou até o ginasial com era chamado naquela época, pois após seu casamento não teve mais tempo para estudar por isso parou. Seus primeiros contatos com os livros foi na sua infância com os livros didáticos a Carta do ABC e as cartilhas.

2- Ao perguntarmos se ela tinha a preocupação em ler para os filhos e se costumava contar histórias e quais eram essas historinhas;

R – Com toda franqueza e rapidez ela respondeu: “NÃO, EU NUNCA CONTEI HISTORIA PARA OS MEUS FILHOS”, por que eu não tinha tempo, agora a minha mãe sim, contava muitas histórias para os meus filhos, mas também não lembro os nomes das historinhas. Naquele tempo as coisas eram mais difíceis, e eu me preocupava com os deveres escolares, ou seja, ajudava nos deveres de casa, das lições e participava das reuniões e acompanhava o desempenho escolar dos filhos durante todo ano, e já que, a mãe dela morava com ela, a mesma contava as historinhas para os netos.

3- Perguntamos se a mesma freqüentou algumas vezes a biblioteca escolar e se seus filhos também freqüentavam e se eles gostavam de ler.

R – Não, eu nunca freqüentei uma biblioteca. Não tinha bibliotecas escolares, e a biblioteca que tinha era a Biblioteca Municipal do Iguatú, Agora os meus filhos sim, freqüentaram, eu os levava para fazer empréstimos de livros, trabalhos, isso acontecia semanalmente, ao chegar à porta da biblioteca eles adentrava, e eu só ia até a porta da biblioteca, mas nunca adentrei. Quanto aos meus filhos, todos gostavam de ler, e continuam gostando, tem duas filhas formadas em pedagogia, um formado em economia que é diretor de uma Faculdade em Roraima.

Agora os netos, apesar de fazerem faculdade não têm o hábito de leitura e que eles afirmam que a avó ler mais do que eles. Ela costuma separar livros para dar aos seus netos para ler e eles dizem: Deixa aí vó quando eu vier por aqui eu leio. Salientou que os jovens de hoje não se interessam pela leitura, pois a mesma ainda hoje conserva o hábito de ler, todos os dias ela ler e dentre os seus livros de leitura ela destacou “O Profeta” de Gibram, o qual para ela é muito sábio, e que tinha comprado à coleção de Gibram e deu para uma das suas filhas de presente, a filha lia e depois repassava para ela. Outros livros que ela leu foi de Ivanildo Silva que é seu conterrâneo, o livro de Norman Vicente Peole, e foi neste livro que ela encontrou ajuda para superar a perda do seu marido, mencionou também a Bíblia.

4- Perguntamos para ela que profissão ela queria seguir.

R-Quando jovem pensava em cursar odontologia e hoje se fosse fazer faculdade faria Letras. Ela nunca ensinou, porém gostaria de ser professora. Ela salientou que apesar dos avanços tecnológicos, ela adora escrever, já hoje tinha escrito três cartas e colocado no correio naquela manhã para a família.

5- Pedimos a D. Alacoque que deixasse uma mensagem para o grupo.

A mensagem que a D. Alacoque deixou para o grupo foi que: “A leitura é muito importante para ter uma aprendizagem de vida.”

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Segunda entrevista

Entrevistada: Myrlene Pinho Assunção Leite

Myrlene Pinho Assunção Leite, nasceu em Fortaleza em 23 de julho de 1974, casou-se com 16 anos e tem dois filhos, um menino Marcos, com 14 anos e uma menina Gabriela com 8 anos.

1- Perguntamos para a D. Myrlene se a mesma gostava de ler, qual foi o seu primeiro livro de leitura.

R – A D. Myrlene falou que gosta muito de ler e que o seu primeiro livro foi na alfabetização ou 1ª série, não lembrava bem, mas era uma historinha que falava da família das sílabas e o outro livro foi o pequeno príncipe e que ela já estava com seus 11 anos quando leu.

2- Ao perguntarmos se existia uma preocupação dela em ler para os filhos e se costumava contar histórias e quais eram essas historinhas.

R- Sempre leu historinhas para os seus filhos, como chapeuzinho vermelho, branca de neve e que tinha comprado uma coletânea a formação do caráter da criança. As suas historinhas eram contadas geralmente antes de dormi, ela contava para o mais velho e a menina ficava no seu colo só olhando as figuras e o que importava para ela era a voz, pois era muito bebê. Quando eles foram crescendo, ai sim, ela passou a contar historinha para os dois, e eles sempre pediam para ela contar. Tempo depois o mais velho começou a freqüentar a escolinha, a mais nova também e a escola que eles estudaram sempre incentivava as crianças a lerem, o método era construtivista, pois mandavam para casa livros só com as figuras e ela inventava a historia. Hoje, ela ler menos para os filhos, pois eles têm certa autonomia de lerem sozinhos. Atualmente se comporta como ouvintes dos próprios filhos, mas não deixa de se preocupar com a leitura dos mesmos. Salientou que tinha acabado de ler um romance “Uma historia de Amor” que é um para didático do seu filho, e que a história deste livro era baseada na realidade, no preconceito que há entre as pessoas e que ela vivenciou esse preconceito, devido o pai dela ser preto e a mãe branca. Gosta de ler romance, livro de alta ajuda, Alan Kardec, espiritismo e não poderia esquecer da Bíblia.

3- Perguntamos se a mesma freqüentou algumas vezes a biblioteca escolar e se seus filhos também freqüentavam e se eles gostam de ler.

R – Quando estudante da UNIFOR freqüentava assiduamente a biblioteca e hoje se preocupa em saber se a biblioteca da escola que os filhos estudam se é ou não acessível aos alunos. E que os mesmos sempre freqüentam a biblioteca. A sua filha Gabriela faz parte de rodas de leitura da sua escola e seu filho Marcos sempre estar lendo os livros para didáticos e que ela sempre ler com a Gabriela, por sinal a filha estava lendo o livro “Não me chame de Gorducha”. Uma historinha muito boa. Já com o filho mais velho ela senta para ler as tarefas de casa e não para a leitura prazerosa, pois sempre acompanha o desempenho escolar.

4- Perguntamos para ela que profissão ela queria seguir.

R – Ela fez enfermagem durante dois anos na UNIFOR, e depois que casou não continuou por falta de tempo e condições, pois se a mesma tivesse um pouquinho mais de condições ela retomaria seus estudos e terminaria o curso de enfermagem.

5- Pedimos a D. Myrlene que deixasse uma mensagem para o grupo.

A mensgem da D. Myrlene foi: “O Ato de ler propicia a renovação de seus pontos de vistas e que a leitura transpõe a imaginação e que derruba preconceitos”

CONCLUSÃO:

A pesquisa mostra como essas anônimas heroínas lutam por seus objetivos de mãe em condições tão diferentes. Neste trabalho descobrimos a mágica da maternidade para cada uma, como contornam os problemas cotidianos, os malabarismos para dar conta de todas as tarefas, e a felicidade de formar uma família. Com maior ou menor dificuldade, essas mulheres encontraram sempre a sua maneira de desempenhar todos os papéis oferecendo condições, possibilidades e culturas diferentes para isso. Em comum, essas duas mulheres, mais as outras milhões de mães que existem no Brasil, guardam em si um enorme desejo de criar bem os seus filhos. Educá-los para ter sucesso na vida. Vê-los sorrir todos os dias. Cada uma do seu jeito, com seu anseio, seus desafios.

Tudo isso faz parte da vida das mulheres, independentemente de seu grau de instrução, status social ou região onde moram. Elas conquistaram um enorme espaço na vida brasileira nas últimas décadas: ingressaram de forma maciça no mercado de trabalho, se dedicaram mais aos estudos, alcançaram posições de destaque nos mais variados setores do cenário nacional, venceram preconceitos e conseguiram independência pessoal. Os avanços ocorridos na vida feminina são inegáveis, apesar de ainda encontrarmos diferenças provocadas, principalmente, pela diversidade econômica, social e de gênero. Evidenciamos as diferenças entre essas duas mães. Elas têm relações diferentes com a casa, com a família e com o mundo. Mas em uma coisa elas têm em comum “a preocupação com a educação dos seus filhos”.

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